MP procura responsável por negligência de segurança
Ontem (3), dois trabalhadores levaram choque de mais de 13 mil volts em uma construção civil. Um deles tinha 14 anos
Imagem: Reprodução/ TV Asa Branca
Da Redação do Portal +AB
Por Thomás Alves
O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Caruaru vai instaurar procedimento para averiguar se as duas pessoas que levaram um choque de mais de 13 mil volts, enquanto estavam trabalhando em uma construção civil, estavam sem equipamentos de proteção. O acidente aconteceu nesta quarta-feira (3), quando o serralheiro, Hélio Fernandes da Silva, de 33 anos, e José Daniel da Silva, de 14, encostaram uma barra de ferro em um fio de alta tensão. O serralheiro chegou a ser arremessado do 2º andar do prédio por causa da força elétrica.
O MPT quer saber agora quais eram as condições de trabalho impostas às duas vítimas do choque elétrico. No entanto, o que também chamou atenção é a permanência de um menor trabalhando. “O responsável vai ter que responder porque um menor de 14 anos estava no âmbito do trabalho. A família do menor pode entrar com uma ação judicial pelos danos à saúde. O procedimento também pode partir do MPT caso a família não o faça. O intuito é para prevenir que outros menores possam ser contratados pela empresa”, disse o procurador Leonardo Osório.
Ainda segundo o procurador, o número de denúncias de menores no âmbito do trabalho ainda é muito baixo. Este ano foram só 10 relatos arquivados na sede do Ministério público do Trabalho de Caruaru, responsável pela região do Agreste, Mata Sul e Mata Norte. “A população tem que começar a denunciar esse tipo de descaso. Veja o que aconteceu com estes dois trabalhadores. É para evitar esse tipo de acidente que a população tem que se unir e procurar o Ministério Público, que é responsável por fazer valer os direitos coletivos e individuais da população”.
Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Regional do Agreste (HRA), para onde foram encaminhados Hélio Fernandes e José Daniel, o estado de saúde de ambos estável. Passaram por exames e respondem bem, eles estão conscientes e não correm risco de morte. No entanto, não há previsão para alta médica.
O dono do prédio, Severino Bento, informou que no local a obra está parada e apenas cedeu o espaço ao dono da Clínica Central, que fica ao lado, para a instalação de uma placa da clínica.
A Diretoria da Clínica Centrral informou que houve a contratação de Hélio Fenandes para a instalação da placa no local, sendo que ontem, ele iria apenas colocar o material nesse prédio. A Diretoria informou ainda que não sabia que o serralheiro havia levado o adolescente ao local.

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