quarta-feira, 23 de março de 2011

Suposto racismo em charge de Obama causa demissão




O chargista Solda, de 58 anos, que já trabalhou, entre outras publicações, no Pasquim e Jornal do Brasil, além de várias agências de publicidade, foi demitido segunda-feira, 21, do jornal O Estado do Paraná, atualmente publicado apenas na internet, sob acusação de ter feito uma charge com tom racista durante a visita do presidente norte-americano Barack Obama. A retirada da charge do site do jornal e a demissão aconteceram depois que ela foi publicada no blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, com o título "Não, nós não somos racistas".

O desenho mostra um macaco fazendo o simbólico gesto de "banana" com os braços e traz a inscrição: "Almoço para Obama terá baião de dois, picanha, sorvete de graviola...e banana, muita banana". Na interpretação dos que viram racismo, supostamente o presidente norte-americano estaria representado no macaco. Mas o autor do trabalho discordou dessa opinião. "Jamais faria isso. Nas eleições, eu usei camiseta do Obama, vi que era a renovação" disse.

Segundo ele, o único objetivo foi criticar a pretensão dos Estados Unidos de serem superiores a outros países, inclusive provocando transtornos exagerados durante a visita e exigindo que os ministros tirassem os sapatos para serem revistados. "Não tem nada a ver com o Obama, com racismo, nem com nada", reforçou Solda. "A república das bananas é uma coisa antiga e quis me referir exatamente a isso. É uma banana para o imperialismo, acham que aqui é o quintal deles".

O termo "república das bananas" foi criado pelo cronista e humorista norte-americano Henry, pseudônimo de William Sydney Porter (1862-1910), quando se referia ao colonialismo imposto pelos Estados Unidos na região. Solda afirmou que já utilizou outras vezes o símbolo da "banana", inclusive quando em referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Não tenho preconceito, a não ser contra burrice e ignorância", criticou o chargista. "Algum analfabeto funcional ou visual interpretou mal e acho que viu racismo".

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